24/04/2019

Estudantes da FCM/Santa Casa de SP distribuem refeições gratuitas no Largo Santa Cecília A tradicional Macarronada Social proporciona uma experiência de humanização para os calouros

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– Ainda estão servindo macarronada? – pergunta o morador de rua em frente à Paróquia Santa Cecília, na região central da capital paulista, no início da tarde com sol de outono. A resposta vem quase em coro, por três universitários da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Santa Casa de São Paulo. – Sim, é por aqui, é só descer esta escada. – Pode deixar que eu acompanho o senhor, voluntaria-se a sorridente estudante .

Esta foi uma das muitas cenas de solidariedade e aprendizado protagonizadas pelos calouros da Medicina da FCM/Santa Casa de SP, nesta quarta-feira, 24, durante a tradicional Macarronada Social. Desde 2011, os alunos distribuem, uma vez por ano, refeições gratuitas para quem passa pelos arredores da igreja, localizada no Largo Santa Cecília.

O convite é aberto a todos. Participam muitos moradores de rua, além de vendedores ambulantes, pacientes da Santa Casa de São Paulo e seus familiares, entre outros pedestres que veem o cartaz escrito à mão, na entrada lateral da igreja, e, junto a ele, vários estudantes empenhados em divulgar o almoço.

A ação, coordenada pelo Centro Acadêmico Manoel de Abreu (CAMA), faz parte do Programa de Integração dos Primeiranistas (PIPA). É uma maneira de os veteranos envolverem os novos colegas em uma atividade social que permite contato com a realidade de uma população frequentemente atendida pela Santa Casa, cujo hospital fica a menos de um quilômetro do local do evento.

O sucesso da Macarronada Social depende do comprometimento dos calouros do seu planejamento até a execução.  São eles os responsáveis pela doação dos ingredientes que, com a colaboração dos funcionários do refeitório da Santa Casa, transformam-se em aproximadamente 150 refeições.  No menu, macarrão ao sugo, salada de alface e tomate, maçã, banana e suco.

A Paróquia Santa Cecília cede o espaço para a distribuição.  Na sala, formam-se duas filas, dispostas nos dois lados da longa mesa com bandejas e caçarolas: uma fixa, composta por universitários com conchas, escumadeiras e pegadores de salada, prontos para servir o almoço; e outra em constante movimento, com pessoas que saem carregando seus fartos pratos e copos.

Há espaço para a refeição no local, permitindo o convívio e troca de experiências.  Muitos se empolgam em contar suas histórias para os jovens, felizes não somente com o providencial sustento, mas também com a atenção que usualmente não recebem. “Por meio da Macarronada Social, os calouros aproximam-se pessoas que poderão ser seus pacientes, o que ajuda no aprendizado de uma medicina humanizada”, explica Fernando Moraes, estudante de Medicina da FCM/Santa Casa.