20/1/2020

Pesquisa desenvolve questionários para avaliar qualidade da comunicação da equipe de saúde no atendimento à população de travestis e transexuais Instrumentos são úteis para qualificar a comunicação entre usuários trans e profissionais de saúde

Pesquisa apresentada na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa buscou desenvolver e selecionar instrumentos para a avaliação dos serviços de saúde em relação às práticas de comunicação que envolvem a população de travestis e transexuais e os profissionais que os atendem.

Para isso, foram desenvolvidos os questionários “ComunicaTrans Usuário” e “ComunicaTrans Profissional de Saúde”, aplicados em 30 usuários trans e 8 profissionais de saúde de diferentes especialidades no Centro de Referência e Treinamento DST/Aids-SP.

Os resultados quantitativos e qualitativos foram analisados de forma descritiva e mostraram que, no geral, os usuários trans avaliam o atendimento recebido no Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais como sendo empático e resolutivo.

Por seu lado, os profissionais de saúde mostraram-se conscientes das dificuldades relacionadas a comunicação em saúde, principalmente no que se refere à articulação de políticas públicas voltadas a esta população.

Demonstrou-se, também, que os questionários desenvolvidos neste estudo são úteis para qualificar a comunicação entre usuários trans e profissionais de saúde.

Por fim, é recomendado o uso desses instrumentos em serviços de saúde de diferentes níveis de assistência, pois eles mostraram poder proporcionar benefícios ao tornar mais efetiva a comunicação entre usuário trans e o profissional de saúde, com baixo impacto na rotina de atendimento

Além destes questionários, foram aplicados ao mesmo grupo de usuários outros dois instrumentos: a “Escala Care de Empatia” (traduzida e validada por Scarpellini et al., 2014) e o “Índice de Desvantagem Vocal 10” (traduzido e validado por Costa, Oliveira e Behlau, 2013).

A pesquisadora lembra que o Sistema Único de Saúde (SUS) assegura a todos o direito à saúde de maneira humanizada e em todos os níveis de assistência e, entre os elementos que qualificam o atendimento em saúde, o principal deles é o acolhimento, que é a humanização das relações em saúde por meio da empatia, intermediada pela comunicação. Exatamente nesse contexto, o acesso à saúde torna-se difícil para pessoas que são alvo de discriminação e preconceito, como travestis e transexuais.

É dentro desse raciocínio que a  pesquisadora Marcia dos Santos Souza apresentou ao Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo a presente dissertação, intitulada “Qualidade da comunicação da equipe de saúde no atendimento à população de Travestis e Transexuais”, para obtenção do Título de Mestra em Saúde da Comunicação Humana, tendo como orientadora a Profa. Dra. Ana Luiza Navas e, como coorientador, o Dr. Gustavo Santa Roza Saggese.

Acesse a pesquisa na íntegra gratuitamente em: http://fcmsantacasasp.edu.br/wp-content/uploads/2020/01/2019-Marcia-dos-Santos-Souza-1.pdf