Luna, 17, conta nos dedos até encher a mão o número de amigas próximas que já são mães. “Cinco. É muito”, reconhece. Ela está grávida de seis meses. Para Luna, que é negra e moradora do Capão Redondo, na periferia de São Paulo, engravidar na adolescência não é incomum, apesar de ela lamentar a gestação. “Nem saiu e já é ruim”, diz.
A professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa Tania Lago ressalta que, enquanto o número de bebês nascidos de mães adolescentes brancas diminuiu consistentemente no período, quase 30%, para negras, houve até um aumento entre 2013 e 2015.
“As jovens brancas têm mais acesso a informação, anticoncepcionais e a formas de provocar o aborto”, afirma.
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