Categories: Sem categoria

Inquérito de cobertura vacinal avança lentamente em SP devido à dificuldade de acesso a condomínios, principalmente os de alto padrão

O estudo “Inquérito de cobertura vacinal nas capitais e no Distrito Federal em crianças nascidas em 2017 e 2018 residentes na área urbana”, que está pesquisando sobre a realidade da vacinação nas capitais do país e em algumas cidades do interior dos estados, tem avançado lentamente na cidade de São Paulo devido à dificuldade que os pesquisadores têm encontrado para acessar alguns locais, principalmente os condomínios de alto padrão. A pesquisa, que está sendo coordenada pelos professores do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), Dr. José Cassio de Moraes e Dra. Rita Barradas Barata, foi encomendada e conta com financiamento do Ministério da Saúde.

O universo a ser pesquisado na cidade de São Paulo é de 1,8 mil famílias, subdivididas nas classes socioeconômicas A, B, C e D. Enquanto nas classes C e D a pesquisa que foi iniciada em agosto está concluída, nos estratos A e B apenas metade do universo a ser pesquisado foi finalizado. “Em parte, isso se deve ao fato de que há poucas crianças nesses locais, mas, também, existe o receio, a insegurança em receber um pesquisador”, destaca um dos coordenadores da pesquisa, o professor Moraes.

O levantamento nas classes A e B também deveria ter sido encerrado ainda no mês de agosto, juntamente com os estratos C e D, contudo, a dificuldade de obter respostas nessas faixas populacionais chega a ser cinco vezes maior. Enquanto são necessárias cerca de duas visitas para completar um questionário nas classes C e D, nas demais esse número de visitas sobe para cerca de dez para cada questionário preenchido. “Às vezes o síndico ou porteiro já barra o pesquisador na entrada, sem consultar a família”, disse. “Temos experiência que quando conseguimos acessar as famílias, a adesão é adequada.”

Estudo vai relacionar hesitação vacinal a condições de risco

O objetivo do estudo é analisar as coberturas vacinais e relacioná-las com algumas condições de risco, como por exemplo o tipo de trabalho da mãe, se a mãe trabalha fora ou não, se o cuidado da criança conta com a presença da avó, qual é o nível socioeconômico da família, entre outras informações. “É importante identificar o grau de hesitação que a família tem em relação à vacinação de suas crianças”, disse. “Vamos buscar essas associações para entender qual é a heterogeneidade da cobertura vacinal, que, em tese, deveria ser homogênea porque a vacina é oferecida para todo mundo, mas a gente sabe que isso não acontece e, por isso, é importante identificar os grupos que são mais favoráveis e mais resistentes à vacina.”

No interior do estado, a pesquisa está sendo realizada também em Campinas. A coleta de dados foi concluída em 20 capitais e no Distrito Federal e, agora, está sendo realizada, além de São Paulo, em Salvador, Manaus, Porto Alegre e Goiânia. Os entrevistadores que estão visitando as residências, escolhidas por meio de sorteio, foram contratados e treinados por empresa especializada em realização de inquéritos domiciliares, e todos estão identificados com crachá e camiseta, com os logotipos do Ministério da Saúde, do SUS e da empresa Science. Para mais informações sobre a pesquisa, ligue 136.

Em São Paulo serão realizadas 1.808 entrevistas

Na cidade de São Paulo, onde serão realizados quatro inquéritos, cada um com 452 famílias de crianças entrevistadas, pretende-se totalizar 1.808 entrevistas. Os dados estão sendo coletados de forma digital em um tablet e, além das informações sobre a criança, o entrevistador irá solicitar uma foto da caderneta de vacinação para obtenção das informações sobre quais vacinas foram recebidas desde o nascimento. A fonte inicial de dados são os nascidos vivos registrados no Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC), com dados nominais da criança, da mãe, do pai e endereço completo. Para tanto, é fundamental que as famílias sorteadas participem da pesquisa, fornecendo dados para que as ações e estratégias necessárias para a ampliação da cobertura das diferentes vacinas sejam reforçadas.

Legenda: Na foto o professor Dr. José Cassio de Moraes, da FCMSCSP, um dos coordenadores do estudo.

Leandro de Freitas Rodrigues

Recent Posts

Em 18 de novembro, alunos de Medicina da Faculdade da Santa Casa de SP promoverão Ambulatório Social

O projeto de extensão oferecerá exames clínicos e orientações O Centro Acadêmico de Medicina (CAMA)…

6 meses ago

VIª Turma celebra seu Jubileu de Ouro

A VI Turma do curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa …

6 meses ago

Futuro Centro Esportivo da Faculdade homenageia Outubro Rosa

O mês de outubro é marcado pela campanha de conscientização sobre o câncer de mama,…

6 meses ago

Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade promoverá debate científico nesta quinta-feira (26/out)

O Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São…

7 meses ago

10º Simpósio de Tecnologia em Saúde acontecerá entre os dias 31 de outubro e 1º de novembro

Os cursos de Tecnologia em Radiologia e Tecnologia em Sistemas Biomédicos da Faculdade de Ciências…

7 meses ago

Faculdade publica edital de mensalidades para 2024

Em 20 de outubro, a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo…

7 meses ago