Milhares de brasileiros já foram infectados pelo vírus Zika durante a epidemia de 2015.
Cerca de 80% dos infectados nem sequer apresentam sintomas.
Os outros 20%, em sua maioria, manifestam sintomas leves, muito menos agressivos que os da dengue, por exemplo.
Quando o vírus Zika pegou o Brasil de surpresa, no final de 2015, provavelmente já circulara silencioso pelo país por pouco mais de dois anos.
Razoavelmente silencioso, porque apesar de causar alguma febre, dor no corpo e nas articulações, manchas no corpo, entre outros sintomas da doença que escapava ao diagnóstico pela semelhança com dengue e Chikungunya, nada se compara ao dramático nascimento de crianças com problemas no desenvolvimento do cérebro – a microcefalia fetal.
Agora surgem formas mais rápidas, confiáveis e práticas de diagnosticar o vírus, permitindo antecipar tratamento e medidas de saúde pública.
E quanto à sua capacidade neurodestruidora, recentemente descrita, sendo que pode ser usada em benefício do ser humano?
Em artigo publicado no final de abril na revista Cancer Research, a geneticista Mayana Zatz e outros pesquisadores mostraram, em camundongos, que o vírus Zika pode ser usado como ferramenta no tratamento de tumores humanos agressivos do sistema nervoso central.
Prof. Dra. Lycia Mimica é professora da Disciplina de Microbiologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP). Contato: lycia@probac.com.br
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