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Pacientes que removem a laringe podem voltar a falar

Pessoas que passam pela cirurgia de remoção da laringe podem voltar a falar, além de realizar suas atividades diárias e ter qualidade de vida. Esta foi a principal mensagem do evento “Reabilitação vocal do laringectomizado total – uso da prótese vocal”, realizado no dia 13, com o objetivo de orientar pacientes do Ambulatório de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

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Organizado pela Disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCM – Santa Casa/SP), o ciclo de palestras contou com a participação de cirurgiões, além de uma fonoaudióloga e uma nutricionista. Os profissionais explicaram as mudanças anatômicas e o impacto social resultantes da remoção total da laringe em decorrência de tumores na região. A equipe ressaltou que, nestes casos, a reabilitação vocal é possível, permitindo ao paciente comunicar-se novamente através da fala.

O evento também destacou o Dia Nacional do Laringectomizado, instituído em 11 de agosto com o propósito de divulgar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de laringe. “A detecção precoce é o segredo do sucesso do tratamento, pois minimiza as sequelas do tumor. Quanto mais tempo passa, maior é o porte da cirurgia e o sofrimento do paciente”, salienta o professor Antonio José Gonçalves, chefe da Disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da FCM – Santa Casa/SP. “O pós-operatório de tumores avançados geralmente exige radioterapia e, em alguns casos, quimioterapia também”, explica o professor e coordenador do evento.

Parceria beneficia pacientes

Professor Antonio José Gonçalves, chefe da Disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, durante a abertura do evento

Este ano, os pacientes do Ambulatório de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo começaram a receber próteses vocais, dispositivos que facilitam o processo da fonação através do uso da voz traqueoesofágica. “Para inserção da prótese, realizamos uma fístula na traqueia, ou seja, um canal que permite a comunicação com o esôfago. Desta forma, o paciente dispõe de um maior suprimento de ar para falar, agregando o ar dos pulmões àquele expelido pelo esôfago”, detalhou Alexandre Babá Suehara, cirurgião assistente do ambulatório em sua palestra. “Isso garante maior fluência da fala em relação aos pacientes que usam apenas a voz esofágica, que fica mais pausada”, afirmou.
Os pacientes estão recebendo gradativamente as próteses graças a uma parceria firmada entre a FCM – Santa Casa/SP, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e a empresa Atos Medical, fornecedora dos aparelhos. Antes de entregá-las, a equipe multidisciplinar da Faculdade e da Irmandade realiza uma avaliação e oferece um treinamento para a correta utilização dos dispositivos.

Durante as palestras, os pacientes, estudantes e profissionais de saúde presentes receberam orientações sobre o uso e manutenção da prótese vocal, garantindo sua maior vida útil. A fonoaudióloga Daniela Serrano Marquezin explicou como é produzida a voz traqueoesofágica . “O paciente precisa usar a mão para fechar o estoma (orifício visível no pescoço, que faz a comunicação entre a traqueia e o meio externo) para evitar a saída do ar dos pulmões. Assim, todo o ar sai pelo esôfago e pela boca, fazendo-o vibrar e resultando em uma fala mais fluente”. Ela ressaltou a importância da higiene bucal e da limpeza das próteses para evitar a contaminação por fungo, que pode impedir o funcionamento dos aparelhos.

Também com o objetivo de inibir a proliferação dos fungos, a nutricionista Vanessa da Veiga, da empresa Yakult, recomendou a inclusão diária de probióticos na dieta. Já Bruno Souza, da empresa Atos Medical, fez uma demonstração do uso dos acessórios e do procedimento de limpeza das próteses, com a participação de um dos pacientes presentes.

Julho Verde

No mês passado, a FCM – Santa Casa/SP participou de outra ação de conscientização, o Julho Verde, campanha que visa informar sobre todos os tumores que acometem regiões da cabeça e o pescoço (boca, língua, palato mole e duro, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe, esôfago, tireoide e seios paranasais). Na ocasião, a Disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço divulgou diversos vídeos sobre prevenção e fatores de risco, disponíveis no canal da Faculdade no You Tube.

Leandro de Freitas Rodrigues

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