Um grupo de voluntários da sociedade civil analisou os dados da Covid-19 no país e decidiu agir na região mais afetada pela pandemia. Os povos indígenas e as comunidades tradicionais da Amazônia apresentam índices de mortalidade 150% maior do que a média geral do Brasil.
A situação de vulnerabilidade social e a distância em relação aos centros com infraestrutura médica definiu a urgência da criação de um fundo, que tem como primeira meta arrecadar R$ 6 milhões para apoiar ONGs que atuam no enfrentamento da pandemia no Alto Rio Negro (AM), Baixo Amazonas (PA) e juntos aos povos do Vale do Javari (AM) e Yanomami (AM e RR). 88 mil pessoas estão sendo beneficiadas pelo movimento já arrecadou R$ 1,2 milhão antes mesmo do lançamento do site.
CAMPANHA
A campanha de doação pode ser acompanhada pelo site www.uniaoamazoniaviva.com , lançado oficialmente no dia 3 de julho. Todo o dinheiro arrecadado será investido em duas frentes: proteção à saúde (enfermarias de campanha, compra de EPIs, equipamentos hospitalares, testes rápidos e remoções por barcos locais e aviões); e apoio às comunidades (segurança alimentar, itens de higiene e campanhas informativas).
“No momento em que mais precisávamos de ajuda, recebemos a notícia da criação do União Amazônia Viva”, diz o cacique Marivelton Baré, presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), que representa 23 povos diferentes da região. “Esse movimento é uma esperança para enfrentarmos a luta contra esse vírus que pode exterminar etnias inteiras”, afirma o líder indígena.
BENEFICIADOS
O fundo irá beneficiar quatro organizações que acumulam décadas de trabalho consolidado na Amazônia: a própria FOIRN, Expedicionários da Saúde (EDS), Instituto Socioambiental (ISA) e Projeto Saúde & Alegria (PSA). A escolha das instituições foi definida por atuarem nos territórios priorizados e já possuírem planos de ação emergencial.
“O União Amazônia Viva (UAV) nasceu em função de uma ação urgente, focada na população mais vulnerabilizada do Brasil. Por ironia do destino, os povos da floresta amazônica estão morrendo por falta de ar”, afirma Natalie Unterstell, co-fundadora do movimento. “Somos empreendedores, antropólogos, comunicadores, economistas, sociólogos e também artistas que se uniram por uma causa comum”, diz Nina Valentini, também co-fundadora do UAV.
APOIOS
O movimento conta com o apoio de diversos nomes da classe artística e empresarial brasileira, como Gisele Bündchen, Sebastião Salgado, Caetano Veloso, Camila Pitanga, Céu, Débora Falabella, Fernando Meirelles, Gaby Amarantos, Guilherme Leal, Armínio Fraga, Ilona Szabó, Raí, Taís Araújo e Thainá Duarte, entre tantos outros. A lista dos apoiadores pode ser conferida no site.
O fotógrafo Sebastião Salgado compartilhou 14 imagens inéditas de seu acervo para dar luz à campanha. Em vídeo produzido pelo cineasta Fernando Meirelles, Salgado reitera a emergência do enfrentamento da Covid-19 na Amazônia: “Os povos indígenas são extremamente vulneráveis ao Coronavírus. Eles precisam da nossa ajuda. E precisam já”.
DADOS
Até 1 de julho, 9.983 indígenas haviam sido infectados pela Covid-19, no Brasil. Já são 405 óbitos em 121 povos. Os dados são da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), compilados pelo Instituto Socioambiental (ISA) na plataforma de monitoramento “COVID-19 e os Povos Indígenas” ( covid19.socioambiental.org ).
Segundo o Censo do IBGE, de 2010, haviam 896.917 indígenas no Brasil – o equivalente a 0,47% da população do País. São 256 povos que falam mais de 150 línguas diferentes.
COMO APOIAR
As doações podem ser feitas pelo site www.uniaoamazoniaviva.com , em qualquer valor. A gestão financeira é feita pela SITAWI Finanças do Bem, organização financeira com foco em impacto social, referência em gestão de fundos filantrópicos e socioambientais. O site tem versão em inglês para facilitar doações vindas de fora do Brasil.
CORPO TÉCNICO
Todas as ações do movimento seguem rigorosos critérios técnicos, analisados e avaliados por um comitê formado por nomes como:
Marta Azevedo (Professora Titular do Programa de Pós-Graduação em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social (EICOS/IP/UFRJ) e do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (UFRJ);
Rui Harayama (Mestre em Antropologia Social e professor Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) no Instituto de Saúde Coletiva);
Messias Basques (Doutor em antropologia, responsável pela criação da disciplina de imersão sobre “Povos Indígenas e Políticas Públicas no Brasil”, no curso de graduação em Administração Pública da FGV-EAESP);
Ana Lúcia de Moura Pontes (Médica especializada em Educação e Saúde, docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia pela Fiocruz-AM e Programa de Pós-graduação em Bioética Ética Aplicada e Saúde Coletiva pela Fiocruz/UFRJ/UERJ/UFF);
Irineu Massaia, médico especializado em Doenças Infecciosas e doutor em patologia (ambas pela USP), MBA em Gestão de Negócios pela FGV-SP e vice-diretor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP).
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