Quando se fala em asma, geralmente a “bombinha” –nome popular dado ao corticoide inalatório — é a primeira coisa que vem à mente. Mas é preciso tomar cuidado com o uso exagerado desse tipo de medicamento.
Um dos principais problemas da asma, pelo menos no Brasil, é a falta de adesão ao tratamento ou o paciente que adere de forma errada. “As pessoas precisam entender que elas não devem usar o remédio para tratar a crise, e sim para não ter a crise. No geral elas começam fazendo o que o médico passou, acham que estão curadas e não continuam o tratamento”, diz Raissa Cipriano, presidente da Asbag (Associação Brasileira de Asma Grave).
O problema é que quem não segue corretamente o que o médico diz usa a bombinha toda hora e se expõe a alguns riscos preocupantes. Apesar de parecer só uma bomba que leva ar ao pulmão, o aparelho contém corticoide, medicamento que tem ação anti-inflamatória, muito útil no controle da asma. O problema é que em doses muito elevadas, ele causa obesidade, aumenta a resistência à insulina, eleva riscos de catarata e glaucoma (em quem tem predisposição) e aumenta a perda de massa mineral óssea (que está relacionada à osteopenia e osteoporose).
“O corpo produz o cortisol, aquele hormônio do estresse, que não deixa de ser um corticoide endógeno. Quando você usa o externo (exógeno), o corpo entende que já tem corticoide lá e para de produzir. Só que ao usar com frequência exagerada o corticoesteroide exógeno, desregula o eixo do corticoide endógeno, o que pode predispor outras doenças”, explica João Carlos Elias Rio, pediatra e endocrinologista pelo Hospital das Clínicas de São Paulo.
O mais importante é seguir a orientação do médico
“O asmático é como o hipertenso ou o diabético: ele começa a parar com o remédio logo que melhora”, diz Roberto Stirbulov, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
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