A importância do fisioterapeuta na emergência hospitalar

As unidades de urgência e emergência são os caminhos de entrada dos pacientes com alterações biológicas e físicas que apresentam risco de vida. Até pouco tempo atrás, o fisioterapeuta em unidades de emergência era visto apenas como um prestador de assistência para o coletivo de profissionais da emergência. Contudo, atualmente, o profissional é reconhecido como figura essencial em unidades de emergência, campo ainda pouco explorado.

Diante dessa importância, a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) visa capacitar cada vez mais fisioterapeutas para a área da urgência e emergência. A especialização para quem quer ingressar nesta recente área é o curso de Pós-graduação em Fisioterapia Hospitalar. Com as inscrições abertas até fevereiro de 2024, a Faculdade preparou tudo o que você precisa saber este campo e como se especializar.

Funções do fisioterapeuta em unidade de emergência

A função principal do fisioterapeuta em unidade de emergência é oferecer apoio rápido e eficiente para disfunções cardiorrespiratórias, principalmente durante as primeiras horas, para que não haja um agravamento do quadro do paciente. É papel deste profissional evitar, por exemplo, a necessidade de intubação orotraqueal ou ventilação mecânica. 

Entre as funções do fisioterapeuta em unidade de emergência também está o atendimento ao tratamento precoce de patologias agudas e crônicas, comorbidades e complicações funcionais do paciente, auxiliando na redução do tempo de internação, mortalidade e custos hospitalares. 

Além disso, esse profissional possui uma atuação muito versátil enestas unidades, seja com cuidados na admissão, avaliação e evolução do prontuário; bem como na leitura de exames laboratoriais, radiografias de tórax, tomografia computadorizada, gasometrias, entre outros. Ou seja, o fisioterapeuta pode ser acionado nos casos em que o paciente tenha que ser submetido à ventilação mecânica invasiva ou não invasiva, necessidade de atenção às vias aéreas em paradas cardiorrespiratórias (PCRs) e em situações de apoio na estabilização do paciente. 

Na PCR, o profissional pode identificar os ritmos ou falta de pulso, além da realização das compressões torácicas, até a chegada de outros profissionais, assumindo, em seguida, a responsabilidade do suporte ventilatório com a bolsa-válvula-máscara. Assim como o enfermeiro, o fisioterapeuta também auxilia na intubação. 

Resolução Coffito n.º 501

A Resolução n.º 501 do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito) foi publicada no dia 25 de janeiro, reconhecendo a atuação do fisioterapeuta em unidade de emergência. Deste modo, a resolução assegura mais um espaço de atuação para o profissional. A norma considera o escopo de atuação e atribuições da área, como a utilização da ventilação mecânica invasiva e não invasiva e a oxigenoterapia. 

O Ministério da Saúde também oferece respaldo em relação à presença do fisioterapeuta nessas unidades. O texto reconhece a atuação do fisioterapeuta e também aponta que esses profissionais devem ser capacitados em Suporte Básico de Vida e Suporte Avançado de Vida Cardiovascular em Adultos (ACLS). 

A elaboração da normativa contou com o auxílio da Associação de Fisioterapeutas do Estado do Rio de Janeiro (Aferj), Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva (Assobrafir) e da Associação de Fisioterapeutas do Brasil (AFB).

Em conjunto com o Coffito, a fisioterapia em ambientes de urgência e emergência foi estudada para que fosse proposta uma legislação que estivesse alinhada às necessidades do setor.

Especializa-se na Faculdade da Santa Casa de São Paulo

O curso de Pós-graduação em Fisioterapia Hospitalar da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) visa capacitar profissionais para a prevenção de complicações motoras e respiratórias decorrentes do processo de internação.

A Fisioterapia Hospitalar atua diretamente no tratamento de pacientes hospitalares na enfermaria, unidade de terapia semi-intensiva e unidade de terapia intensiva, com objetivo de prevenir complicações respiratórias, neurológicas e motoras.

O curso tem por objetivo capacitar o profissional a desenvolver a prática clínica com conhecimento científico. Promover conhecimento teórico para uma abordagem fisioterápica prática e concisa, evidenciando a necessidade da atuação fisioterápica preventiva nos programas de reabilitação cardiorrespiratória e metabólica, visando o retorno dos pacientes ao convívio sociocultural a que pertencem.

Ao final do curso, o egresso estará apto a:

  • Atuar como fisioterapeuta hospitalar, seguindo padrões internacionais de qualidade
  • Avaliar pacientes hospitalares e traçar objetivos específicos de acordo com cada caso
  • Tratar e prevenir atrofias, contraturas, linfedemas, úlceras de decúbito e complicações respiratórias
  • Auxiliar no desmame de ventilação e oxigenoterapia
  • Prevenir síndrome do imobilismo
  • Contribuir para melhor qualidade de vida de pacientes em cuidados paliativos.

Com 13 meses de duração, o curso tem 1652h de carga horária, incluindo 78h de estágio supervisionado no Hospital São Luís Gonzaga.

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Foto: Reprodução/Freepik/@Fran Rodriguez