Oxigênio hiperbárico: utilização em tratamento de pé diabético

A diabetes influencia vários processos realizados pelo nosso organismo, proporcionando a redução da eficiência de algumas funções. Um dos problemas que ocorrem pela falta de cuidado com a diabetes é o pé diabético. Explicaremos neste conteúdo seus sintomas, métodos de prevenção e tratamentos.

Além disso, abordaremos um estudo sobre o oxigênio hiperbárico para o tratamento dessa condição.

Sintomas do pé diabético

O pé diabético, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ocorre quando há uma alteração nos nervos ou nas artérias, uma infecção grave ou uma ulceração, podendo ser necessária, inclusive, a amputação de parte do corpo, como os pés, dedos ou pernas, devido à diabetes tipo 1 ou diabetes tipo 2.

É preciso que o paciente atente-se aos seguintes sintomas nos pés e nas pernas, principalmente, no período da noite (antes de dormir) para evitar que chegue a um estágio avançado. Os sintomas podem ser:

  • dores;
  • sensação de queimação ou de agulhadas;
  • falta de sensibilidade na região;
  • fraqueza;
  • formigamentos;
  • pés gelados;
  • aparecimento de calos e feridas;
  • pele ressecada.

Tratamento do pé diabético

Para iniciar o tratamento, deve-se obter uma avaliação sobre o quadro do paciente e personalizar o procedimento de acordo com a situação, o que geralmente é feito por um médico cirurgião vascular.

Feridas abertas com dificuldade de cicatrização

Se há feridas abertas com dificuldade de cicatrização por falta de sangue, poderá ser realizada uma cirurgia de bypass – que é a criação de uma nova rota na parte do corpo para obter um maior fluxo sanguíneo na região e, assim, cicatrizar – ou a dilatação por balão.

Variação dos nervos

Em casos de alterações dos nervos, ocorrerá a imobilização da região com gesso ou a partir de outras formas de imobilização.

Ferida

É necessário somente fazer um curativo e, no caso, tomar o cuidado de penso.

Infecção

O tratamento é realizado com antibiótico e deve ser administrado de acordo com a proporção da infecção. Se está em um estágio leve, os antibióticos serão tomados via oral, em estágios mais avançados, o paciente será internado e tomará o medicamento de forma endovenosa. Caso haja o surgimento de pus, deve-se realizar uma drenagem.

Quando a infecção coloca o paciente em uma probabilidade maior de óbito, poderá ser considerada a extração do tecido do pé infectado.

Oxigênio hiperbárico e pé diabético

Outro modo de tratamento que vem sendo cogitado por médicos e outros especialistas é o procedimento envolvendo o uso de oxigênio hiperbárico (OHB). Em 2018, a revista Diabetes Care publicou um artigo e obteve alguns resultados com relação a esse tipo de aplicação nos tratamentos.

Foi realizado um teste com 120 pessoas com pé diabético durante 12 meses, sendo 60 pacientes tratados de forma habitual, enquanto os outros 60 receberam o tratamento habitual juntamente ao OHB. 

Após os testes, que foram divididos em casos de cicatrização de feridas, casos de prevenção contra a amputação de membros e de isquemia, chegou-se à conclusão de que não houve uma quantidade significativa de pacientes que melhoraram com o OHB, portanto, a Diabetes Care informou que não tem como afirmar que a intervenção trará melhorias significativas para o tratamento de pacientes com pé diabético.

Prevenção

Alguns passos que podem ser seguidos para prevenção são:

  1. verificar alterações e machucados nos pés;
  2. realizar higienização adequada, sempre conferindo a temperatura da água com as mãos;
  3. hidratar com cremes adequados, sem necessidade de passar entre os dedos;
  4. não utilizar produtos químicos, itens cortantes ou adesivos;
  5. não utilizar cobertores elétricos ou lareira para evitar queimaduras, somente meias.

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