Ana Luiza Marrone, ex-aluna do curso de Fonoaudiologia da Faculdade, foi a palestrante convidada da aula pública
A Liga de Autismo da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), realizou em 7 de maio, uma palestra com a fonoaudióloga Ana Luiza Marrone, ex-aluna da Instituição e referência nacional em Intervenção Precoce no Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Durante o encontro, a especialista abordou a importância do diagnóstico precoce e apresentou estratégias clínicas voltadas ao desenvolvimento cognitivo, comportamental e social de crianças neurodivergentes. Em um cenário em que uma em cada 43 crianças está dentro do espectro, segundo dados de 2024, o tema se mostra cada vez mais relevante para a formação de profissionais preparados para atuar com essa população.
Ao compartilhar experiências e casos clínicos, Ana Marrone destacou que, ao contrário do senso comum, o autismo não está diretamente ligado à ausência da fala, mas sim à dificuldade na interação social. “O autismo não é sobre falar ou não, mas sobre a habilidade de estar com o outro. É essa ausência de interação que determina o nível de suporte necessário”, explicou.
A palestra também abordou o funcionamento do chamado “cérebro social”, que em crianças neurotípicas começa a se desenvolver nos primeiros meses de vida, permitindo a construção de vínculos e a atenção compartilhada. Em crianças com TEA, mesmo quando há algum tipo de comunicação verbal ou gestual, pode haver dificuldade de interação, o que reforça a necessidade de intervenções adaptadas às características individuais de cada criança.
Entre as práticas apresentadas, a especialista destacou a importância do brincar e da valorização das diferentes formas de expressão da criança, ainda que envolvam comportamentos inicialmente vistos como inadequados. Essas estratégias buscam promover maior autonomia e reduzir os níveis de suporte ao longo do tempo.