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30/01/2025

Prof. Dr. Artur Zular fala sobre o que é o burnout e como preveni-lo

Em entrevista ao Podcast SindiTêxtil-SP, o Coordenador do curso de Pós-graduação em Psicossomática esclareceu as principais dúvidas e o que fazer após diagnóstico

O Prof. Dr. Artur Zular, Coordenador do curso de Pós-graduação em Psicossomática da Faculdade de Ciências Médicas de São Paulo (FCMSCSP), renomado especialista no tema e presidente da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática Regional São Paulo.  

De acordo com a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros foram diagnósticos com Burnout, classificando o Brasil como o segundo país com mais casos no mundo.  

Desta forma, o Prof. Dr. Artur Zular foi um dos convidados no podcast SindiTêxtil-SP para diferenciar as diferentes doenças ocupacionais existentes, mas, principalmente, para debater sobre o que é Burnout e como preveni-lo nas empresas.  

Segundo o professor, o Burnout é uma síndrome de esgotamento profissional e relaciona-se, exclusivamente, com o estresse negativo no trabalho. 

“Ele é um conjunto de manifestações, de sinais e sintomas a um estresse crônico. O que era adaptação, que pode ser momentânea, para fugir, para pular, para ganhar um prêmio, enfrentar uma situação, passa a ser crônico ligado ao ambiente laboral, onde o indivíduo tem pouquíssima autonomia e não tem condições de lidar com aquela situação de forma satisfatória e a resolução é ruim. (…) Quando o indivíduo passa a não ter energia suficiente para se manter ativo, com desejo e condições de fazer sua atividade laboral da forma mais eficiente e essa chama vai apagando, como uma analogia a uma vela apagando, e, por isso o termo Burnout”, explica o professor. 

Os sintomas do Burnout são diversos e podem ser apresentados em diferentes formas para diferentes pessoas, como, por exemplo, a dor de cabeça, a taquicardíaca, depressão, entre outras, contudo, a situação se resume às diferentes formas que o indivíduo manifesta a exaustão emocional e física resultada do trabalho e que permanece para depois do horário de trabalho. 

“Além da exaustão, também tem o que chamamos de despersonalização, na definição é considerado como apatia, onde o indivíduo começa a ficar distante, não mantem a relação e nem socializa com as pessoas e objetos do trabalho. Ele não tem a vivência do que era anteriormente, ele começa a se distanciar”, diz. 

“E, por fim, tem o que chamamos de desrealização, quando o indivíduo não realiza, a qualidade do trabalho e a eficiência ficam ruins, a percepção da autoestima fica ruim e o que ele acha que ele faz não é importante”, explica o professor, que pontua que, sem esses três quesitos, o apoio jurídico não será possível.   

Na oportunidade, o Prof. Dr. Artur Zular reforça na importância de tratar o indivíduo como um ser humano biopsicossocial ao invés de focar na doença. Além disso, o professor aponta que uma das principais formas de prevenir o Burnout é conhecer o ambiente de trabalho e reconhecendo um trabalho exploratório e as relações de trabalho dentro da empresa. 

“A falta de reconhecimento, quando o colaborador é compelido a fazer algo que ele não deve. Tem três perguntas que eu digo que sempre devem ser feitas: eu quero, eu posso, eu devo. Muitas vezes o indivíduo não quer fazer, não pode fazer, mas ele tem que fazer porque alguém está mandando”, complementa o professor. 

O home office, o trabalho autônomo, a alta demanda somada com a insegurança do futuro no início da Covid-19 e a diferença entre situação ocupacional e doença foram outros assuntos tratados que puderam explicar o aumento exponencial do número de pessoas diagnosticadas com Burnout. “Existe a necessidade de ensinar, de falar, de disseminar as histórias corretas para que não haja um diagnóstico equivocado que também haja possibilidade de correção ambiental, laboral”, pontua. 

O episódio reforçou a necessidade de ir ao médico e receber um correto diagnóstico, para um correto encaminhamento laboral e no tratamento para evitar consequências negativas e se adequar a um ambiente mais seguro de trabalho. 

 Assista a entrevista na íntegra: