A importância do fisioterapeuta na emergência

As unidades de urgência e emergência são os caminhos de entrada dos pacientes com alterações biológicas e físicas que apresentam risco de vida. O fisioterapeuta em unidades de emergência foi visto como um prestador de assistência para o coletivo de profissionais da emergência e assim permaneceu por muito tempo. Porém, atualmente, o profissional é reconhecido como figura essencial em unidades de emergência, campo ainda pouco explorado. 

Funções do fisioterapeuta em unidade de emergência

A função principal do fisioterapeuta em unidade de emergência é oferecer apoio rápido e eficiente para disfunções cardiorrespiratórias, principalmente durante as primeiras horas, para que não haja um agravamento do quadro do paciente, evitando, por exemplo, a necessidade de intubação orotraqueal ou ventilação mecânica. 

Entre as funções do fisioterapeuta em unidade de emergência também está o atendimento ao tratamento precoce de patologias agudas e crônicas, comorbidades e complicações funcionais do paciente, auxiliando, assim, na redução do tempo de internação, mortalidade e custos hospitalares. 

Além disso, esse profissional possui uma atuação muito versátil em uma unidade de emergência, seja com cuidados na admissão, avaliação e evolução do prontuário; leitura de exames laboratoriais, radiografias de tórax, tomografia computadorizada, gasometrias e outros. Ou seja, o fisioterapeuta pode ser acionado nos casos em que o paciente tenha que ser submetido à ventilação mecânica invasiva ou não invasiva, necessidade de atenção às vias aéreas em paradas cardiorrespiratórias (PCRs) e em situações de apoio na estabilização do paciente. 

Na PCR, o profissional pode identificar os ritmos ou falta de pulso, além da realização das compressões torácicas, até a chegada de outros profissionais, assumindo, em seguida, a responsabilidade do suporte ventilatório com a bolsa-válvula-máscara. Assim como o enfermeiro, o fisioterapeuta também auxilia na intubação. 

Resolução Coffito n.º 501

A Resolução n.º 501 do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito) foi publicada no dia 25 de janeiro, reconhecendo a atuação do fisioterapeuta em unidade de emergência. Deste modo, a resolução assegura mais um espaço de atuação para o profissional. A norma considera o escopo de atuação e atribuições da área, como a utilização da ventilação mecânica invasiva e não invasiva e a oxigenoterapia. 

O Ministério da Saúde também oferece respaldo à presença do fisioterapeuta nessas unidades. O texto reconhece a atuação do fisioterapeuta e também aponta que esses profissionais devem ser capacitados em Suporte Básico de Vida e Suporte Avançado de Vida Cardiovascular em Adultos (ACLS). 

A elaboração da normativa contou com o auxílio da Associação de Fisioterapeutas do Estado do Rio de Janeiro (Aferj), Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva (Assobrafir) e da Associação de Fisioterapeutas do Brasil (AFB). Em conjunto com o Coffito, a fisioterapia em ambientes de urgência e emergência foi estudada para que fosse proposta uma legislação que estivesse alinhada às necessidades do setor. Para os profissionais que desejam se especializar na área em nível superior, há pós-graduação em Fisioterapia Hospitalar, como a da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP).

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