Você sabia que, além de ser um elemento essencial para a vida, o oxigênio pode ser utilizado para curar? Isso ocorre no tratamento conhecido como oxigenoterapia hiperbárica (OHB), que consiste em uma modalidade terapêutica na qual o paciente, por meio de uma câmara hiperbárica, respira oxigênio 100% puro em uma pressão maior do que a pressão atmosférica.
Nessas circunstâncias, o oxigênio é capaz de produzir diversos efeitos terapêuticos benéficos, como neutralizar substâncias tóxicas e toxinas, combater infecções bacterianas causadas por fungos, compensar a deficiência de oxigênio que decorre de entupimento ou destruição dos vasos sanguíneos, ativar células ligadas à cicatrização de feridas graves e potencializar a atuação de alguns antibióticos.
Esse tratamento é administrado pelo profissional médico especializado em Medicina Hiperbárica e, normalmente, é indicado em casos de complicações em feridas cirúrgicas, úlceras varicosas, problemas decorrentes da diabetes, lesões causadas por tratamento de radioterapia, entre outras situações
A seguir, descubra o que faz e onde atua o profissional que trabalha com medicina hiperbárica.
A principal função do médico que trabalha com Medicina Hiperbárica é prescrever e administrar a oxigenoterapia hiperbárica. Para isso, o profissional deverá avaliar se o paciente é um candidato adequado para o tratamento por meio de exames físicos e avaliação clínica.
Além disso, o médico especialista em Medicina Hiperbárica realiza revisões periódicas com objetivo de observar o progresso do paciente, tanto para recomendar novas sessões quanto para suspender a terapia. Em sua prática, é constante a relação com cirurgiões plásticos, vasculares, endocrinologistas, ortopedistas e médicos de outras especialidades, visando proporcionar o melhor atendimento possível.
O médico especialista em Medicina Hiperbárica deve possuir ainda conhecimentos de infectologia, cirurgia, medicina intensiva e pneumologia.
O profissional que trabalha com Medicina Hiperbárica, além de atender a pacientes com ferimentos, lida com mergulhadores e trabalhadores que se acidentarem ao realizar escavações usando ar comprimido em estruturas denominadas tubulões, que são muito utilizadas nas construções de pontes e viadutos.
Desde 2010, a oxigenoterapia hiperbárica consta na lista de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). No entanto, a oferta dessa modalidade ao Sistema Único de Saúde (SUS) depende de contratos e convênios de prestação de serviço de modo individual, realizados com as secretarias de saúde.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica, há 95 clínicas brasileiras cadastradas que oferecem o tratamento e 253 médicos que estão registrados como especialistas. No geral, os salários dos médicos especializados em Medicina Hiperbárica são negociados com um valor fixo acrescentado de um valor variável relativo à produção do serviço.
A Medicina Hiperbárica não possui o status de especialidade, ou seja, ela é caracterizada como uma área de atuação. Portanto, o médico interessado deverá fazer um curso que seja reconhecido pela Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica ou que preencha os critérios de atuação definidos pela instituição.
Um exemplo é o programa oferecido pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo no curso de Pós-graduação em Medicina Hiperbárica, que visa o aprimoramento e a capacitação de médicos para avaliar, orientar, realizar estudos e contribuir com a organização e segurança de atividades em ambiente hiperbárico.
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