Posicionamento cirúrgico do paciente pode prevenir lesões

O posicionamento cirúrgico do paciente, realizado de forma certa, é muito importante para o sucesso de uma cirurgia – devendo ser usado com segurança e com conhecimento em anatomia e fisiologia. A posição cirúrgica diz respeito à forma como o paciente é posto após a aplicação da anestesia para que a cirurgia possa ser realizada, ou seja, a sua posição na mesa de operação.

O posicionamento cirúrgico possui algumas metas:

• Melhorar o acesso ao sítio cirúrgico;
• Evitar complicações vindas do tempo em que o paciente permanece no local;
• Melhorar o acesso dos equipamentos de anestesia e acompanhamento hemodinâmico;
• Tornar possível o acesso vascular para a utilização de fármacos e anestesia;
• Influenciar positivamente a manutenção das vias respiratórias e de circulação;
• Proteger a integridade cutânea e neurocelular;
• Preservar o alinhamento do corpo.

Quais os posicionamentos cirúrgicos?

Existem alguns tipos de posicionamentos cirúrgicos. São eles:

• Posição supina;
• Posição prona;
• Posição lateral;
• Posição dorso sacral/posição litotômica;
• Posição genucubital/posição sobre cotovelos e joelhos;
• Posição de cadeira de praia. 

O que é escala de ELPO?

A Escala de Avaliação de Risco para o Desenvolvimento de Lesões Decorrentes do Posicionamento Cirúrgico do Paciente (ELPO) foi pensada a partir do doutorado da enfermeira Camila Mendonça de Moraes Lopes, na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP/USP), terminado em 2014.

A autora aponta que a escala ELPO abarca sete pontos: tipo de posição, tempo de cirurgia, tipo de anestesia, superfície de suporte, posição dos membros, comorbidades e idade do paciente. Esses itens são organizados com cinco subitens, que mostram a menor até a maior situação de risco.

Em relação ao escore, a ELPO vai de 7 a 35. Quanto mais elevado o escore, maior o risco do paciente ter complicações vindas do posicionamento cirúrgico. Para que o uso seja ainda mais fácil, foi proposta uma nota de corte, pensada a partir de estatística, para indicar que os pacientes com escore superior a 19 são de maior risco. 

A sua aplicação deve ser feita ao posicionar o paciente na mesa operatória, e o tempo deve ser estimado considerando a situação de risco mais elevado. Além disso, deve ser vista a necessidade de utilização de algum cuidado específico para diminuir o risco de lesões em pacientes que possuem classificação acima de 19. 

Importância do posicionamento cirúrgico do paciente na prevenção de lesões 

O posicionamento cirúrgico do paciente é essencial na assistência de enfermagem durante o perioperatório, promovendo boa exposição do sítio cirúrgico e prevenção de complicações. Para isso, é essencial o trabalho em equipe – enfermeiro, cirurgião, anestesista e outros – e o uso de equipamentos de posicionamento específicos, a depender do paciente. 

Em relação à formação de profissionais da área da saúde, o curso de Enfermagem no Centro Cirúrgico da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) é referência em qualidade, que já conta com a pós-graduação em Enfermagem em Centro Cirúrgico e outras modalidades, tornando os profissionais cada vez mais capacitados para o desenvolvimento da função.

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