Em entrevista a diversos veículos, a professora fala como o uso do celular pode prejudicar a saúde mental
A Profª Dra. Maria Carol Pinheiro é docente do Departamento e Saúde Mental da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP). A professora também é médica psiquiatra, Mestre em Ciências da Saúde e tem mais de 15 anos de experiência em atendimentos em psiquiatria e psicoterapia. Desta forma, com sua experiência, a Profª Dra. Maria Carol Pinheiro também ministra aulas sobre saúde mental na escola, promovendo bem-estar para instituições de ensino e para o público infantil.
Na primeira quinzena de agosto, os principais temas em alta foram a regulamentação das redes sociais e os perigos da adultização das crianças nas redes. Isso ocorreu devido ao Projeto de Lei que legisla pela proteção das crianças e adolescentes no ambiente digital. Além disso, um vídeo publicado pelo influenciador Felca reacendeu o debate sobre a exposição infantil nas redes sociais.
Neste vídeo, o influencer denuncia como conteúdos com crianças podem ser explorados de forma criminosa na internet. Ele mostra que, em poucos cliques, chega-se a materiais ligado à pedofilia, favorecido pela lógica de recomendação dos algoritmos.
O termo “Adultização”, utilizado por Felca, parlamentares e especialistas na área da saúde mental, se refere sobre a prática de privar crianças do livre brincar e inseri-las em contextos adultos.
Dessa forma, ao longo do mês de agosto, a Profª Dra. Maria Carol Pinheiro foi entrevistada pela Folha de S. Paulo, o Fantástico, a CBN Entrevista e o Estadão para apresentar a perspectiva da saúde mental infantil e o olhar da psiquiatria acerca do tema. Nas oportunidades, a professora falou sobre como crianças têm sido expostas, de forma precoce, a padrões e responsabilidades do universo adulto, muitas vezes potencializados pelas redes sociais e seus algoritmos.
De acordo com ela, há diversos riscos à formação emocional, identidade, autoestima e saúde mental. Nesse sentido, também há perigos da exposição online, como, por exemplo, predadores virtuais, bullying e exploração. Um dos pontos centrais durante as entrevistas foi o de reforçar o papel dos adultos na proteção da infância. Além disso, evitar a criação de conteúdos digitais infatis também é uma das preocupações apresentadas.
A professora explica: “A criança não conseguir se identificar é o que está em jogo aqui. A consequência disso é uma sociedade em que, daqui há 10, 20 anos, teremos adultos que não são eles próprios”, aponta a Profª Dra. Maria Carol.
“Precisamos proteger o cérebro dessas crianças que estão em pleno desenvolvimento. E essa proteção muda completamente quando pensamos na adultização nas redes sociais em tempos de internet”, diz.