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vem pra santa

28/08/2024

Estudo aponta que 53% das mulheres trans e travestis em capitais brasileiras já sofreram violência sexual

Pesquisa publicada entre FCMSCSP e UFRGS mapeia que 1.317 mulheres transexuais e travestis já sofreram violência, dessas, a maioria não denuncia a agressão a autoridades e familiares

Em 26 de agosto, foi publicada uma pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que investigou dados sobre violência sexual contra mulheres transexuais e travestis de cinco capitais do Brasil.   

A pesquisa contou com a participação da Profª Dra. Maria Amélia de Sousa Mascena Veras, docente do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade, e mapeou, entre 2019 e 2021, as condições de saúde de 1.317 mulheres transexuais e travestis de cinco regiões do país: Porto Alegre (RS), São Paulo (SP), Campo Grande (MS), Manaus (AM) e Salvador (BA).   

Entre os resultados do estudo denominado “Violência sexual durante a vida em mulheres trans e travestis (MTT) no Brasil: Prevalência e fatores associados” foi que 53% das mulheres entrevistadas já sofreram pelo menos um episódio de violência sexual durante a vida. Destas, 64% foram vítimas mais de uma vez.    

De acordo com o estudo, mulheres sem uma residência fixa, com histórico de envolvimento em trabalho sexual e com dificuldades de acesso a serviços de saúde foram as que apresentaram maior prevalência de violência sexual. Além disso, segundo os pesquisadores, é possível que ainda haja diferença na percepção sobre o que é uma violência sexual, assim, mulheres em situação de vulnerabilidade pode não compreender que sofreu a violência, além de haver um alto número de mulheres que não procuraram nenhum tipo de ajuda institucional (93%) ou familiar e amigos (94%). Desta forma, há uma relação entre a alta prevalência de violência sexual, com a alta vulnerabilidade e o baixo suporte institucional.  

O trabalho faz parte da pesquisa TransOdara, com colaboração de diversos núcleos de pesquisa do país, financiada pelo Ministério da Saúde e pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). A pesquisa TransOdara é supervisionada pelo Núcleo de Pesquisa em Direitos Humanos e Saúde LGBT+ (NUDHES), coordenado pela Profª Dra. Maria Amélia Veras.   

O estudo também aponta um índice elevado de violência contra as mulheres, resultando em graves consequências para a saúde. Desta forma, a pesquisa pode servir para orientar políticas públicas que atendam ao público-alvo em diferentes áreas.  

Para acessar a pesquisa na íntegra, clique aqui. 

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