O projeto de Eduardo Iwakami Caldana foi prestigiado na última tertúlia da Academia de Medicina de São Paulo (AMSP)
Eduardo Iwakami Caldana, aluno do 4º ano de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), recebeu, em 12 de novembro, o prêmio de melhor trabalho de acadêmicos de Medicina da Academia de Medicina de São Paulo (AMSP). Mensalmente, a entidade promove sua tradicional tertúlia e, nesta edição, premiou os melhores trabalhos científicos da área.
Sob orientação da Profª Dra. Cristiane Kochi, o aluno pesquisou sobre a “Comparação de Glicemia de 1h e de 2h no TOTG para Diagnóstico de Hiperglicemia Intermediária e Diabetes Tipo 2 em Adolescentes com Obesidade”.
O Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG) é um exame utilizado para rastreio e diagnóstico da Diabetes Mellitus e, convencionalmente, é usado o parâmetro de 2h pós-sobrecarga de glicose. De acordo com Eduardo, o estudo avalia a incorporação de outro critério dentro do TOTG para rastreio e diagnóstico da Diabetes Mellitus Tipo 2 em adolescentes com obesidade: o de 1h pós-sobrecarga de glicose.
O estudo é essencial, uma vez que, ao observar projeções brasileiras, estima-se que cerca de 40% de todas as crianças brasileiras tenham obesidade até 2035, colocando o País como o quinto maior do mundo na categoria. Segundo o aluno, entende-se que o aumento da frequência da obesidade juvenil se correlaciona com o aparecimento cada vez mais precoce de comorbidades e distúrbios metabólicos, como, por exemplo, a Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2).
“Os critérios apresentados na pesquisa são os determinados pela Academia de Diabetes Americana para o rastreio e diagnóstico da doença. No exame de TOTG, está prescrito que valores acima de 140, após duas horas de sobrecarga da glicose, são considerados hiperglicemia intermediária, e valores acima de 200 são considerados diagnóstico da doença em si”, explica.
Com o apoio da orientadora, o aluno realizou um estudo retrospectivo e transversal, com amostras de conveniência, reunindo dados de 209 adolescentes com sobrepeso ou obesidade, de ambos os sexos, que tenham realizado o TOTG e sido acompanhados no ambulatório da Endocrinologia Pediátrica da Santa Casa de São Paulo. Foram excluídos os pacientes que estavam em uso de medicamentos, como a metformina, e aqueles com diagnóstico prévio de DM1.
De acordo com Eduardo Caldana, a sociedade brasileira convive com uma epidemia em ascensão de obesidade infantil. “Nesse sentido, o estudo tem relevância social justamente por avaliar uma nova forma de rastreio e diagnóstico dessa doença na faixa etária pediátrica, ser um novo instrumento para identificar o paciente de maneira mais prematura e tomar as condutas necessárias, evitando que o diagnóstico ocorra somente quando o paciente já tiver lesão em órgãos-alvo”.
Para o aluno, ganhar o prêmio de melhor trabalho de acadêmicos é uma alegria ímpar. “É uma honra ter a oportunidade de representar a Faculdade nesta premiação, organizada por uma entidade de tamanha tradição. Receber prestígios, como este da AMSP, é de uma gratificação enorme, mas só foi possível com todo o apoio da minha orientadora, Dra. Cristiane Kochi, e de todas as residentes que auxiliaram durante a elaboração do projeto”.
A pesquisa é fruto do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica do CNPq (PIBIC-CNPq). O Programa oferece apoio à política de iniciação científica desenvolvida nas Instituições de Ensino e/ou Pesquisa, por meio da concessão de bolsas integradas à pesquisa científica a estudantes de graduação.
A pesquisa denominada “Comparação de Glicemia de 1h e de 2h no TOTG para Diagnóstico de Hiperglicemia Intermediária e Diabetes Tipo 2 em Adolescentes com Obesidade” contou com a coautoria da Dra. Caroline Pellicciari, da Dra. Barbara Ayumi Peixoto Aoto, do Dr. Arthur Lyra e do Dr. Carlos A. Longui.