13/10/2020
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) abre consulta pública para incorporação de diversas tecnologias que auxiliam no tratamento de doenças graves, como tumores hematológicos. Uma delas é para o mieloma múltiplo, tipo de câncer que afeta a medula óssea e pode causar anemia, problema renal, lesão nos ossos e aumento nos casos de infecções. Mais comum em pessoas com idade superior a 60 anos, seus sinais podem ser confundidos com questões inerentes ao envelhecimento, retardando o diagnóstico. O acesso as terapias modernas é de suma importância para evitar a progressão desse tipo de câncer.
A participação na consulta pública pode ser feita até 21/11. Para contribuir, clique aqui.
Diagnóstico do Mieloma Múltiplo
Atualmente, os meios de prevenção do mieloma múltiplo ainda não são conhecidos, bem como suas causas. Contudo, sabe-se que, além da idade, histórico familiar, exposição à radiação e a produtos químicos, como amianto e pesticidas, também são fatores de risco. O diagnóstico é feito pelo hematologista ou oncologista, por meio de testes clínicos, sanguíneos, de urina e biópsia da medula2. Exames de imagem, como tomografia e ressonância magnética, são usados para identificar se o câncer compromete outras regiões do corpo. Estima-se que cerca de 95% dos casos são diagnosticados em fases avançadas da doença. Nesse quadro avançado, a taxa de sobrevida de cinco anos é de 51%, enquanto esse percentual pode chegar a 74% quando identificado em estágio inicial5.
Tratamento
Ao receber o diagnóstico para mieloma múltiplo, é hora de conversar com o médico especialista para compreender as alternativas terapêuticas disponíveis para o caso. Cada paciente é único, por isso é importante que a análise seja feita baseando-se no histórico e nas particularidades do quadro. Ambos, médico e paciente, devem considerar os benefícios do tratamento, riscos e possíveis eventos adversos.
Terapia medicamentosa engloba: quimioterapia, que interrompe a capacidade de crescimento e divisão de células cancerígenas; terapia alvo, cujo objetivo é atingir genes, proteínas ou tecido do câncer; corticoides, que em geral são usados de forma combinada com outros medicamentos; inibidores de proteassoma que facilitam a morte das células tumorais; e imunomoduladores, que auxiliam o sistema imunológico no combate à doença. A classe de imunomoduladores constitui a base de tratamentos do mieloma múltiplo.
O transplante autólogo de células tronco hematopoéticas também pode ser usado nesses pacientes6. O avanço da ciência permite que esses pacientes ganhem em expectativa e qualidade de vida.
Vale ressaltar que o acompanhamento deve ser multidisciplinar, o que alivia o impacto emocional e físico do mieloma múltiplo. Atividades físicas regulares, dieta saudável, suplementação vitamínica e cuidado com o sono são meios de melhorar a qualidade de vida e o bem-estar dos pacientes oncológicos2.
“O mieloma múltiplo é uma doença com significativa incidência entre as neoplasias malignas hematológicas, representando cerca de 10% dos casos. Conhecer os sintomas e ter acesso ao diagnóstico e às alternativas terapêuticas mais adequadas ao caso são fundamentais para a melhor resposta à terapia, assim como para aumentar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Nesse sentido, ter disponível terapias mais modernas é igualmente importante”, conclui a Dra. Vania Hungria, Hematologista e Professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Leia reportagem completa aqui.