05/12/2018
Em visita à Santa Casa de São Paulo, o Secretário Municipal da Pessoa com Deficiência, Cid Torquato, discutiu soluções para melhorar o atendimento em saúde a pessoas surdas. Nesta quarta-feira, 05, o secretário foi recebido por profissionais, professoras e estudantes da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Santa Casa de São Paulo. Na Clínica de Fonoaudiologia, Torquato conheceu o Projeto Salis – Saúde em Libras para o Surdo, que oferece atendimento multidisciplinar gratuito para pessoas com deficiência auditiva.
O diferencial do Salis é a comunicação em Libras (Linguagem Brasileira de Sinais), proporcionando acolhimento e maior acesso à saúde para a pessoa surda. Realizado uma vez ao ano, o projeto reúne estudantes dos cursos de Fonoaudiologia, Medicina, Enfermagem e Tecnologia em Radiologia da FCM/Santa Casa de SP. Sob a supervisão de professores da instituição, os alunos praticam não somente o atendimento em saúde, mas também vivenciam a importância da interação em Libras, disciplina ensinada em todos os cursos da Faculdade.
“O Salis ajuda muito o surdo, que, sem a barreira da língua, pode ser atendido sem necessidade de acompanhante, ficando mais à vontade. Além disso, ele compreende melhor as orientações”, disse ao secretário a Profa. Mestra Sylvia Lia Grespan Neves, docente da Disciplina de Libras na FCM/Santa Casa.
Durante a reunião, a Profa. Dra. Noemi Takiuchi, do curso de Fonoaudiologia, ressaltou a relevância de expandir o Salis, ofertando esse modelo de atendimento mais vezes por ano. “Para que os surdos tenham acesso aos mesmos serviços que os ouvintes, é preciso valorizar a atenção básica e ampliar a capacitação de profissionais de saúde no uso da Libras”, defendeu.
Torquato assinalou que há possibilidade de a secretaria colaborar com a instituição na formação e sensibilização dos profissionais de saúde sobre a importância da comunicação em Libras com a comunidade surda. Ele sugeriu aos presentes a entrega de um projeto para análise da secretaria e possível inclusão no planejamento de 2019. “Definam uma agenda que compreenda as principais demandas. Com as dificuldades especificadas, podemos auxiliar na busca de soluções”, afirmou.
Paralelamente à soma de esforços para as questões citadas pelas professoras, Torquato destacou o uso da tecnologia para viabilizar melhorias em curto prazo. O secretário propôs a utilização da CIL – Central de Intermediação em Libras, serviço da prefeitura que media a comunicação entre munícipes com deficiência auditiva, surdos e surdocegos e qualquer serviço público instalado na cidade de São Paulo, utilizando um aplicativo para dispositivos móveis. “Além da sensibilização dos profissionais de saúde, a tecnologia é o caminho para atender a demanda do sistema como um todo. Os profissionais do Call Center da CIL podem ser treinados para prestar um bom atendimento na área da saúde”, sugeriu.
Também participaram do encontro a Profa. Dra. Adriana Limongeli Gurgueira, docente do Curso de Graduação em Fonoaudiologia da FCM/Santa Casa de SP; e o psiquiatra Leonardo Augusto Sampaio, coordenador do Programa de Psiquiatria Social e Cultural (Prosol) do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP).