09/09/2021
Está quase tudo pronto para o próximo Congresso Médico-Acadêmico da Santa Casa de São Paulo (CoMASC), que ocorre nos dias 21, 22 e 23 de setembro de 2021. Em sua 38ª edição, o evento, que é considerado o maior congresso médico-acadêmico gratuito da América Latina, terá seu conteúdo disponibilizado por legendas de modo síncrono, permitindo a acessibilidade de pessoas com problemas auditivos, que poderão acompanhar as atividades.
Outro diferencial da programação deste ano é a busca por mais interação entre palestrantes e participantes. Em determinados painéis, o inscrito poderá interagir com os três painelistas. Já em outras atividades, os tempos das palestras e de apresentação de dúvidas ao vivo serão intercalados por períodos de 15 minutos.
Em sua segunda edição on-line, o congresso organizado pelos alunos da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) mantém em sua essência o incentivo do debate de questões que são fundamentais para a boa formação acadêmica: preocupação em discutir e propor melhorias para as políticas públicas de saúde; a discussão da incorporação de tecnologia no Sistema Único de Saúde (SUS); a inovação na saúde; entre outros temas relevantes.
Segundo a comissão organizadora do CoMASC, a ideia inicial era que esse ano fosse possível realizar um evento híbrido, com atividades mistas – presenciais e on-line – mas o cenário de incertezas em relação à pandemia que marcou a fase de planejamento do evento não permitiu esse formato.
A dúvida do ano passado sobre o êxito de um evento desse porte e a importância para a área acadêmica de Medicina ser realizado on-line ficou para trás. Quando presenciais, as edições do CoMASC reuniam, em média, 700 participantes. Em 2020, esse número aumentou quase quatro vezes mais, ultrapassando os 2,7 mil inscritos. Número que os organizadores esperam repetir ou quem sabe até ampliar na edição deste ano.
Um dos pontos altos desta edição está na palestra de abertura “A relação entre mudanças climáticas e saúde pública: o que esperar no futuro pós pandemia de COVID-19?”, que irá tratar do desdobramento pós-covid, e será realizada no dia 21 de setembro, às 18h20. Além de atual, o tema é extremamente relevante à medida que, passada a fase mais grave da pandemia – e mantendo-se a tendência de controle da doença com a redução das infecções e mortes – surgem outros problemas de saúde em parte da população que contraiu o vírus que precisam de respostas. “Vamos discutir o que acontece depois (de a pessoa ter contraído e se recuperado da doença), tanto fisiologicamente, como as mudanças que acontecem no corpo”, destaca Joanna Domingues Zequini, do 3º ano do curso de Medicina da FCMSCSP.
A ideia é dar continuidade ao debate realizado na edição do ano passado do CoMASC que tratou das dúvidas sobre como age a doença e como as pessoas são acometidas, com o objetivo de entender os aspectos múltiplos da infecção. “As pessoas relatam perda de cabelo, algumas têm sequelas pulmonares, outras apresentam sequelas neurológicas. Preparamos para abertura (do evento) uma palestra que traga uma abordagem dos aspectos socioambientais que permitiram a instalação de uma pandemia desse tamanho e o que teremos pela frente: que mudanças socioambientais podemos incorporar para evitar que essa situação permaneça?”
Tradicionalmente, os temas prioritários para serem debatidos no CoMASC são os relacionados às especialidades da Medicina. Para elaborar a programação, a comissão organizadora avalia, entre outros aspectos, os temas que foram abordados em edições anteriores para não haver repetições. Discussões do dia a dia em sala de aula também são fonte de inspiração para propor temas, além, é claro, dos canais de participação que são abertos para esse fim específico. Todos os palestrantes são aprovados pela Comissão Científica da Faculdade.
Esse ano o evento priorizou ainda mais temas com relevância social como a saúde da população transsexual (22.set.2021, às 14h05 – “Saúde da População Trans: uma Abordagem Multidisciplinar” com Dra. Patrícia Porchat Knudsen e Dr. Rodrigo Itocazo Rocha), saúde da população indígena (22.set.2021, às 11h10 – “Saúde da População Indígena” com Dr. Douglas Antônio Rodrigues) e história e contexto do HIV no Brasil (23.set.2021 às 15h20 – “História do HIV no Brasil & Perspectivas Atuais para o Tratamento“ com Dra. Flávia Jacqueline De Almeida, Dra. Maria Amélia De Sousa Mascena Veras e Dr. Ricardo Sobhie Diaz).
“A ideia com o painel voltado à saúde da população transsexual é oferecer uma abordagem multidisciplinar com psicólogo, endocrinologista e cirurgião plástico, como forma de dar visibilidade a essa população, em toda a esfera da saúde que envolve o tratamento e o acompanhamento desses pacientes”, revela Camila Conceição da Silva Cogo, estudante do 3º ano do curso de Medicina da FCMSCSP e integrante da comissão organizadora do evento. “Com essa mesma visão queremos olhar para a saúde indígena, que, apesar de ser algo que não é tão frequente no nosso cotidiano, e que não temos muito contato na Faculdade, é de grande importância para a sociedade.”
Outro destaque na programação será a palestra “Ensuring Machine Learning hor healthcare works for all”, que irá abordar a importância da ampliação do alcance da tecnologia em saúde para o benefício de todos. Esse tema, que será conduzido pelo palestrante internacional do cientista e pesquisador Dr. Leo Anthony Celi, acontecerá no dia 22 de setembro, às 9h. Celi é diretor de Pesquisa Clínica do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e professor associado de Medicina na Harvard Medical School.