5/7/2019

Palestra fomenta o debate sobre a educação superior em saúde no Brasil Pesquisador pela USP e titular da UFBA, Naomar de Almeida Filho falou sobre o assunto para professores da FCM/Santa Casa de SP

Fotos disponíveis no Flickr da FCMSantaCasa.

“Educação Superior em Saúde no Brasil: Velhos Problemas e Novos Desafios” foi o tema da palestra proferida pelo Prof. Dr. Naomar de Almeida Filho durante a reunião científica do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Santa Casa de São Paulo, no dia 3 de julho.  Titular de Epidemiologia na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e pesquisador convidado no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), Almeida Filho estuda a relação entre universidade, história e sociedade.

Falando aos professores de diversos departamentos da FCM/Santa Casa de SP, o pesquisador apontou as mudanças da sociedade e seus processos produtivos com a globalização e o uso massivo da tecnologia na vida contemporânea e comentou as implicações desta transição na prática profissional dos operadores da área da saúde.  Almeida Filho também fez uma reflexão sobre as competências necessárias para o exercício destas profissões hoje e no futuro,  tendo em vista a qualidade e equidade do  cuidado em saúde.

O professor abordou a importância da recriação dos modelos de formação universitária em saúde.  “Uma educação superior inovadora deve ir além da rigorosa formação técnica e profissional. É preciso que as instituições enfrentem os desafios científicos e tecnológicos contemporâneos. A inovação também implica em tornar o repertório curricular menos rígido, sem caráter obrigatório, e mais interdisciplinar, incorporando conhecimentos e valores relativos às humanidades, ciências sociais e artes”, defendeu, destacando a necessidade de valorização da sensibilidade ecossocial, ou seja, de desenvolver nos sujeitos a capacidade de escuta sensível, com ética e respeito à diversidade humana.

Segundo Almeida Filho, a formação dos profissionais da saúde deve incluir a Competência Tecnológica Crítica, fundamental para viabilizar um maior alcance das práticas de cuidado. “Pensar a tecnologia de modo crítico é analisá-la profundamente para aplicá-la de maneira eficiente e sustentável”, explicou. “É preciso conhecer totalmente os equipamentos usados na saúde para aproveitar integralmente a sua capacidade tecnológica e ponderar se há a necessidade de trocá-los por versões mais novas. Esta otimização reduz custos e evita a produção desnecessária de lixo tecnológico”, completou.

Após a palestra, os professores da FCM/Santa Casa apresentaram suas questões sobre os desafios da educação em saúde. O debate foi encerrado pelo diretor da Faculdade, Paulo Carrara de Castro, que agradeceu o momento de reflexão proporcionado por Almeida Filho. “O tema tem sido abordado em nossas reuniões de planejamento estratégico e colocaremos vários tópicos do debate de hoje na pauta de nossa próxima reunião”, afirmou.

Saiba mais: 

Competência tecnológica crítica em Saúde

Vanessa Krunfli Haddad