29/11/2022

Professor da Faculdade apresenta resultados de estudo avalia impacto de técnicas de relaxamento no dia a dia dos trabalhadores da área da saúde Em entrevista à Folha de S. Paulo, o Dr. Marcelo Bruno Generoso falou sobre os impactos positivos da meditação e da música na saúde mental de profissionais do Hospital Anhembi

O professor e pesquisador Dr. Marcelo Bruno Generoso, do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), é o coordenador do estudo que avalia o uso de meditação, grupos de escuta e música para a redução de estresse de profissionais da saúde que atuaram no Hospital da Campanha do Anhembi, em São Paulo. A pesquisa atuou durante a fase mais crítica da pandemia da Covid-19 e teve parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SME-SP).

Nesta segunda (28/nov), o professor Generoso foi entrevistado pela Folha de São Paulo para apresentar os resultados de seu estudo. Além de Generoso, o estudo também conta com a participação dos professores Pedro Shiozawa e Ricardo Riyoiti Uchida.

Os voluntários do estudo “Um programa de gerenciamento de estresse em um hospital de campanha Covid-19: um teste de prova de conceito” podiam participar de grupos de meditação guiada com foco em partes do corpo, grupos de meditação guiada com foco na respiração, grupo de escuta — em que eram compartilhadas angústias e dificuldades enfrentadas no trabalho—, e grupos de música, nos quais os profissionais escutavam uma música de jazz ou blues e depois eram incentivados a compartilhar emoções e sentimentos. A ordem de realização de atividades foi aleatória para permitir análise estatística dos resultados.

Foram verificados os níveis de ansiedade, motivação e estresse antes das sessões e imediatamente depois por meio de escalas visuais analógicas e escala State-Trait Anxiety Inventory (STAI) de Spielberger. 

Independentemente da atividade realizada, os pesquisadores detectaram efeito positivo para todos os desfechos, com redução média de 16,75% para ansiedade, redução de 27,5% para o estresse e aumento de 9,4% da motivação.

“Curiosamente, não verificamos superioridade de uma atividade em relação a outra. A realização de todas as dinâmicas em formato de grupo, apoio mútuo, percepção de cuidado com a saúde mental e existência de um espaço seguro para conversar sobre sentimentos e emoções podem ter contribuído para os resultados positivos das intervenções”, observa Generoso.