19/6/2019
Estudantes esclarecem suas dúvidas com as psicólogas coordenadoras do AGE. Veja todas as fotos na galeria abaixo
Entre as ações promovidas pela FCM/Santa Casa de São Paulo no Mês do Orgulho LGBT+, esteve a realização de um debate sobre a saúde desta população, organizado pelo Núcleo de Direitos Humanos. No dia 19 de junho, estudantes da Faculdade manifestaram suas ideias e dúvidas para as psicólogas coordenadoras do Ambulatório de Generalidades (AGE) da Santa Casa de São Paulo, que funciona no Centro de Saúde Escola da Barra Funda.
Kika Melhem e Dany Brulhart iniciaram o evento contando como surgiu o ambulatório e seus objetivos. “Nossa proposta é oferecer, dentro da rede pública de saúde, um espaço de escuta mais livre para a população LGBTQIA. No AGE, as pessoas podem compartilhar questões pessoais de qualquer natureza, independentemente das questões de identidade de gênero ou orientação sexual”, explicou Dany Brulhart, destacando, assim, o diferencial do ambulatório. “Atualmente, o SUS foca o tratamento hormonal e a Cirurgia de Resignação Sexual. Além disso, a condição para a viabilização da cirurgia e/ou da hormonização é a realização de acompanhamento terapêutico – compulsório – por dois anos, incluindo laudo psiquiátrico”, completou.
Quem chega no AGE passa por uma triagem realizada pela equipe de psicólogos, durante a qual a pessoa é ouvida sobre suas angústias e necessidades. “Neste momento, já tem início a escuta terapêutica. Queremos conhecer a história daqueles que nos procuram. Posteriormente, discutimos em equipe para determinar um tratamento que responda às necessidades específicas de cada um(a)”, ressaltou Kika Melhem. O AGE disponibiliza terapia individual, para alguns casos, e também em grupos, de acordo com a orientação sexual ou de gênero: LBG (lésbicas, gays e bissexuais) e TT (travestis e transexuais). Também há um grupo de acolhimento aos familiares. Caso haja necessidade, a equipe da psiquiatria integra o tratamento. “Se a demanda é apenas por hormonização e/ou cirurgia, encaminhamos o indivíduo aos nossos parceiros e continuamos a ofertar o serviço terapêutico, caso a pessoa assim o deseje”, explicou Kika.
Durante o debate, foram abordadas a pluralidade e a complexidade das identidades de gênero, bem como a relevância do cuidado ao se dirigir às pessoas com variabilidade de gênero. “É importante que o recebimento como um todo seja feito dentro do respeito à diversidade. Se há dúvidas em relação ao gênero, o mais fácil é perguntar por qual nome e pronome a pessoa prefere ser tratada”, recomendou Dany. “Em nossa clínica, também procuramos sensibilizar outros públicos, por meio de palestras, uma vez que há muita desinformação sobre o universo LGBTQIA”, acrescentou.
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