21/8/2018

Libido Feminina Por Adriana Pessoa

A mulher é complexa e, em todas as fases da sua vida, o corpo e mente reagem de formas distintas. Não deixa de ser diferente com a libido, que pode flutuar constantemente ao longo dos anos, o que é perfeitamente normal e aceitável.

Caso esteja passando por alguma dificuldade no âmbito sexual, você não está sozinha. Uma grande parcela da população feminina (1) relata preocupação com estas questões.

A disfunção sexual feminina ocorre quando uma questão de cunho sexual causa sofrimento pessoal. A palavra-chave é sofrimento. Caso não haja incômodo com a situação, não há problema a ser resolvido. A disfunção pode aparecer de diversas formas, incluindo diminuição do desejo sexual, alteração da excitação, inabilidade de atingir o orgasmo ou dor durante o ato sexual (2).

A descrição tradicional do ciclo de resposta sexual é dividida em 4 fases: desejo, estimulação/ excitação, orgasmo e resolução. No entanto este modelo não pode ser aplicado consistentemente para as mulheres. Para muitas, estas fases variam, se repetem, se interconectam ou podem estar (algumas) ausentes durante o ato sexual. Importante frisar que a satisfação com a experiência sexual não precisa atingir todas as fases de resolução, incluindo o orgasmo.

Mulheres em relacionamento longo podem não apresentar desejo anteriormente ao ato, com o início da atividade sexual experimentam excitação e prazer. Outro aspecto importante é que a libido pode estar relacionada a outros fatores além do sexo, como vontade de intimidade emocional ou fortalecimento da relação com o parceiro (3).

Descontentamento de cunho sexual acomete cerca de 40% da população feminina globalmente (4). As queixas mais comuns consistem na diminuição do desejo e inabilidade de atingir o orgasmo. As causas da diminuição da libido são multifatoriais e dependem da fase de vida da mulher.

Como podemos perceber a libido feminina pode ser um emaranhado de complexidades. É importante sempre procurar auxílio médico e psicológico quando existir um fator que cause sofrimento para a mulher. Identificar e tratar o problema pode ser mais fácil do que você imagina.

Adriana Pessoa é graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e possui Residência em Clínica Médica e Endocrinologia pela mesma instituição. É Especialista em Endocrinologia e Metabologia pela Associação Médica Brasileira. Contato: arpessoa80@gmail.com

Referências

1.Sexual problems and distress in United States women: prevalence and correlates.

2.Female Sexual Dysfunction: Physiology, Epidemiology, Classification, Evaluation and Treatment

  1. Has testosterone passed the test in premenopausal women with low libido? A systematic review
  2. Sexual problems among women and men aged 40-80 y: prevalence and correlates identified in the Global Study of Sexual Attitudes and Behaviors.