13/5/2020
Pedro Shiozawa e Ricardo R. Uchida, professores assistentes do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), publicaram o artigo “An updated systematic review on the coronavirus pandemic: lessons for psychiatry” no Brazilian Journal of Psychiatry. Acesse o texto completo em: http://www.bjp.org.br/details/990/en-US
Inicialmente, os autores apontam que a estratificação de risco sempre ocorre em cenários potencialmente fatais, de modo que os recursos e a atenção do pessoal médico são direcionados para metas mais objetivas, como a própria infecção, em vez de comorbidades, como transtornos mentais.
Verificam, no entanto, que alguns esforços foram feitos para abordar questões psicológicas e psiquiátricas durante a pandemia. Um deles ocorreu com a publicação, em 26 de janeiro de 2020, pela Comissão Nacional de Saúde da China (somente em chinês) de princípios básicos para intervenção emergencial em crises psicológicas durante o surto de COVID-19.
Dos relatórios sobre a resposta da assistência médica chinesa ao surto de COVID-19, três fatores importantes são destacados pelos pesquisadores brasileiros para superar as principais dificuldades na prática clínica emergem
1) equipes multidisciplinares de saúde mental (incluindo psiquiatras, enfermeiros psiquiátricos, psicólogos clínicos e outros profissionais de saúde mental) devem ser estabelecidas;
2) é necessária comunicação atualizada com dados confiáveis sobre o surto de COVID-19; e
3) intervenções (principalmente aconselhamento psicológico) são necessárias para pacientes e profissionais de saúde diretamente envolvidos no surto (por meio de dispositivos e aplicativos eletrônicos, por exemplo).
Os autores concluem que publicações iniciais, como a chinesa, vêm abordando as características psicológicas gerais de pacientes e profissionais de saúde, bem como as intervenções rapidamente implementadas para lidar com esse cenário catastrófico com risco de vida. “Esperamos que o sucesso de tais esforços fique claro no futuro próximo”, concluem.
Foto: STR/AFP