20/10/2020

O tratamento da tendinite Texto de professora da FCM/Santa Casa

A tendinite é uma clássica lesão de sobrecarga ou conhecida por esforço repetitivo, que afeta um ou mais tendões, gerando muita dor, inflamação e até deformidades ósseas quando crônicas. É um problema comum entre pessoas que trabalham duro ou em atletas que aumentaram a intensidade ou mudaram o treinamento.

Os sintomas incluem dor ao mobilizar o pé e o tornozelo, principalmente ao longo do curso do tendão. Pode haver, além da inflamação (calor, rubor, edema e dor), formigamento, pontada ou fisgada, devido à inflamação do nervo que rodeia o tendão.

Na tendinopatia, termo que é geralmente utilizado para as lesões por sobrecarga do tendão, inicialmente, há irritação do revestimento externo do tendão. Isto é chamado peri ou paratendinite e conduz à sua degeneração, que faz com que o tendão se torne mais espesso. Ele torna-se mais fraco e perde a sua força (tendinose), o que pode levar a uma ruptura completa ou parcial.

Tipos anormais de pé (como o pé plano e cavo) e alterações no ciclo de marcha aumentam o risco de gerar uma tendinopatia. Pisada errada, encurtamentos e outras pequenas alterações, que já desequilibram a musculatura, podem gerar o processo degenerativo, por isso que uma avaliação ortopédica deve ser feita.

O tratamento deve sempre começar com medidas conservadoras, incluindo a proteção, repouso relativo, gelo, compressão e elevação, medicamentos anti-inflamatórios não esteróides e analgésicos estão indicados na fase aguda. Os exercícios de reabilitação envolvem um programa de alongamento e fortalecimento e deve ser iniciado precocemente. Nos casos graves, há um período de imobilização antes da terapia para acalmar a dor e a inflamação.

Muitas das terapias convencionais para tendinopatia falharam consistentemente em corrigir o processo degenerativo básico e muitos tratamentos novos estão sendo desenvolvidos. Esses incluem a terapia por ondas de choque extracorpóreas, a ablação por radiofrequência, tenotomia percutânea, injeção de fator de crescimento, proloterapia e nitratos tópicos. A eficácia desses tratamentos está sendo investigada e, na literatura, ainda estão no nível de evidência.

Publicado orginalmente na Revista News.

Ana Paula Simões é Professora Instrutora da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e Mestre em Medicina, Ortopedia e Traumatologia e Especialista em Medicina e Cirurgia do Pé e Tornozelo pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, onde é docente. É Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia; da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé, da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte; e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte.