15/07/2022

Reitor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo defende propostas para a qualificação do ensino de Medicina À frente de uma instituição que é referência na qualidade do ensino da Medicina no Brasil, o professor Dr. José Eduardo Lutaif Dolci falou ao Valor Econômico

O aumento desproporcional do número de cursos de graduação em medicina e cursinhos para ingressar nestas escolas, a falta de avaliação após formação dos profissionais, a má distribuição de médicos entre regiões do país, a falta de atendimentos na rede pública e os investimentos díspares para os cursos de medicina oferecidas por diferentes universidades são as principais preocupações de pesquisadores e gestores brasileiros de instituições de saúde e de ensino da área.

O reitor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), professor Dr. José Eduardo Lutaif Dolci, foi entrevistado pelo Valor Econômico para falar sobre o assunto e apontar as principais ações para ter atendimentos com maior qualidade e sem desequilíbrio social. O reitor da FCMSCSP acredita que a causa e a solução para evitar o agravo na qualidade do de saúde podem aparecer desde o início de sua faculdade. “Falta no país uma formação orientada por competências e avaliações regulares e homogêneas dos cursos de medicina, especialmente após a extensão do número de escolas na última década”, aponta.

Gestão de Dolci na FCMSCSP busca permanentemente a qualificação do ensino

Dolci foi empossado reitor da Faculdade em fevereiro de 2020. Desde então têm sido implementadas diversas mudanças para qualificar a formação dos profissionais, a grade curricular do curso de Medicina da FCMSCSP vem se transformando, buscando focar mais em um ensino baseado em competências, por meio da ampliação da prática médica, e com um apoio maior aos futuros médicos. Assim, desde o primeiro semestre o aluno tem acesso a um Hospital-escola de excelência e com atendimento pelo SUS — a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, um dos maiores complexos hospitalares da América Latina — entendendo a importância de adentrar nos espaços em que cerca de três quartos da população tem acesso, além de compreender como auxiliar cada paciente com suas especificidades.

A Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de SP, que foi fundada em 1963, já formou mais de 5,5 mil médicos ao longo de quase seis décadas de atuação. De acordo com o reitor, para além de melhorar o ensino brasileiro na área da saúde, também é necessário testar as competências dos alunos durante o processo educativo. Por meio da realização de testes, ele sugere que o Ministério da Educação (MEC) crie grupos de estudos para avaliar as escolas e indicar os necessários ajustes para aprimorar o ensino. “Para isso, apoiamos a aplicação do Teste de Progresso e a Avaliação Terminal da Graduação. O Teste de Progresso atinge os seis primeiros anos do curso, para averiguar o aprendizado”, diz. “Também defendemos que seja realizado um teste nacional que seria aplicado pela própria escola. No fim do sexto ano, o aluno passaria por um teste de suficiência, a Avaliação Terminal, a ser aplicada pelo MEC”, explica Dolci.

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